"I am - Tom Shadyac" (2010)
Filipe Starke
IBES/SOCIESC
publicado em 08/05/2017
Tom Shadyac dirigiu algumas comédias famosas, como Ace Ventura, Todo Poderoso e Patch Adams: O Amor é Contagioso. O documentário I Am não tem praticamente nada a ver com esses filmes e, aparentemente, nada a ver com o direito. Depois de passar por uma experiência de quase morte o cineasta resolveu escrever e dirigir um documentário em que tentava responder a esta pergunta: o que está errado com o mundo?
Após visitar lugares interessantes e exóticos e conversar com todo tipo de pessoa, Shadyac demonstra a relação entre cooperação, democracia, sustentabilidade e tecnologia. A partir de sua experiência pessoal defende que a vida mais simples em comunidades onde as pessoas têm mais empatia pelo outro tem potencial de ser muito mais satisfatória do que uma vida pautada na acumulação egoística de bens. O filme valoriza cada pequeno ato e convida todos a assumirem responsabilidade pela mudança, desvalorizando a ideia que o outro, como o Estado, é o único responsável.
Reflexões como essas são importantes em um momento em que a legislação brasileira vem fomentando métodos não adversariais de solução de conflitos, tais como a mediação. Passa-se a uma nova racionalidade em que não só o juiz, o advogado ou o promotor são responsáveis pela solução dos conflitos, mas cada um deve assumir um papel ativo na construção de uma sociedade mais pacífica e capaz de coexistência.