Eles não usam Black Tie (1980)
Vinicius de Oliveira
IMED
Em 1980, na cidade de São Paulo, o jovem operário Tião e sua namorada Maria, descobrem que terão um filho, e, então, resolvem se casar. Ao tempo da descoberta, eclode um movimento grevista. Diante do casamento próximo e temendo perder o emprego, Tião não adere à greve, entrando em conflito com o pai, Otávio, um antigo militante sindical que passou três anos preso durante o regime militar, e um dos líderes da greve.
O filme aborda as reivindicações trabalhistas das classes operárias antes da promulgação da Constituição de 1988, a qual consolidou os direitos do trabalho. Assim, em meio às precárias condições de trabalho, bem como a constante repressão estatal aos grevistas, uma parte dos empregados recusa-se a participar da greve, porquanto, mantendo-se fiéis à empresa, recebem benefícios. Logo, estes são considerados covardes.
O clímax surge no final do filme, quando um grevista é morto durante uma manifestação, o que gera a comoção geral e a união dos trabalhadores na busca de seus direitos.