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Alexandria (ágora em Portugal) - 2009

       

Emily Teles

IMED

 

    Dirigido por Alejandro Amenábar (Espanha), a trama possui como enfoque a história de Hipatia de Alexandria. Para narrar a vida da personagem, o filme a insere e demonstra como estava organizada a sociedade da cidade de Alexandria, no Egito, durante aquele período histórico (cerca de 355-415 d.C.). Ainda sob dominação do Império Romano, a cidade passava por uma grande tensão cultural, devido aos diferentes povos que habitavam a mesma.

        Dentre os conflitos presentes no filme, se encontra o papel da mulher naquela sociedade, com a ruptura desses paradigmas pela personagem principal: com a anuência de seu pai, Theon, que era o Diretor da Biblioteca de Alexandria, Hipatia teve uma educação que não era dada as mulheres, mesmo as da nobreza, e escolheu ficar solteira para poder seguir estudando e exercendo a docência. Ela pesquisava e lecionava as matérias de Filosofia, Matemática e Astronomia. Faziam parte da sua turma os nobres pertencentes a Academia de Alexandria, da qual ela se tornou diretora.

       A Biblioteca de Alexandria sem dúvidas é um dos cenários mais importantes apresentados pelo filme, devido ao seu grande valor histórico e cultural para a humanidade. Um spoiler histórico conhecido aqui, é o de que a maior parte deste patrimônio foi perdido em um dos ataques que a mesma sofrera, devido aos conflitos naquele período. Toda essa perda histórica e intelectual é imensurável, não podendo ser esquecido o contexto que a desencadeou.

       A principal motivação desses conflitos era religiosa, com os governantes ainda politeístas (pagãos) sendo pressionados pela ascensão judaico-cristã. Inclusive, mesmo entre o segundo grupo ainda existia outros conflitos, decorrentes da diferença de interpretação e crenças entre cristãos e judeus. A luta pelo poder pelos grupos não é só pela dominação no sentido de predominância religiosa, mas sim pela imposição, sem exceções, de seu próprio código de conduta para os demais, utilizando-se para tanto da política e economia.

        Mesmo que a narrativa foque neste episódio em específico da história da humanidade, de um período um tanto distante, o que pode incidir em alguns erros, ainda vale muito a reflexão sobre a complexidade e interligação dos conflitos exibidos. O que pode, inclusive, ser associado ao presente devido à natureza dos temas. Um reforço para o convite é pesquisar as censuras, processos e premiações que o filme recebeu devido a esses temas.  

Desenvolvido por Ana Carolina Messa e Leilane Serratine Grubba

Cinema, Direitos Humanos e Sociedade: vias para o empoderamento.

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