"A Outra História Americana" (2017)
Amanda Muniz de Oliveira
Doutoranda em Direito - PPGD - UFSC
pulicado em 04.04.2017
Em uma época na qual pensamentos autoritários e simplistas são absorvidos de forma acrítica, por vezes ocupando o centro dos debates não acadêmicos e se infiltrando em discursos políticos recheados de senso comum, o distanciamento proporcionado pela arte e pelo entretenimento pode nos auxiliar a refletir sobre importantes questões.
Neste sentido, o cinema se destaca por trabalhar com narrativas visuais que capturam e instigam a imaginação de sua audiência. Uma vez apanhado por histórias envolventes, próximas pois familiares, e distantes porque referentes a um outro mundo/sujeito, o espectador tende a desbravar um emaranhado de sentimentos e emoções, como amor, ódio, solidariedade, tristeza e principalmente empatia.
A Outra História Americana (American History X) é um desses filmes capazes de desencadear um turbilhão de emoções e nos fazer refletir sobre discursos e práticas excludentes. Estrelado por Edward Norton e dirigido por Tony Kaye, a obra de 1998 nos conta a história de Derek Vinyard, um neonazista arrependido que deverá impedir que seu irmão caçula repita os erros de seu sangrento passado. Os temas abordados variam desde questões raciais, movimentos neonazistas, ações afirmativas e discurso de ódio, perpassando por violência, sistema penitenciário e mesmo a questão da imigração aparece de forma tangencial.
Mais do que um filme para se entreter, trata-se de um filme para refletir as origens do ódio pelo outro e a propagação de perigosas ideologias.